Números

Dez municípios concentram 42,3% do PIB do Estado

Dados referentes a 2017 foram revelados na manhã de sexta-feira; indicador ficou estável: em 2016, desempenho dos dez primeiros colocados representava 42,4%

Paulo Rossi -

Dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na manhã de sexta-feira (13) revelam: dez municípios concentraram 42,3% da atividade econômica do Rio Grande do Sul, em 2017. Porto Alegre desponta mais uma vez em primeiro lugar, com R$ 73,8 bilhões; o equivalente a 17,5%. Na sequência vêm Caxias e Canoas, que inverteram posições. Da Zona Sul, apenas duas cidades aparecem nas dez primeiras colocações: Rio Grande e Pelotas. A pesquisa realizada em uma parceria entre Departamento de Economia e Estatística (DEE) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também indica: os setores de Serviços e Indústria destacam-se entre os dez maiores PIBs do território gaúcho.

Em relação ao cenário da região, nenhuma novidade se comparado aos últimos anos - destaca o economista João Carlos Madail. Pelotas e Rio Grande, polos geoeconômicos, estão distantes dos municípios que apresentam melhor desempenho. Pelotas tem nos Serviços a base da economia. A participação da Indústria e do Comércio é baixa em relação a Caxias (metal-mecânico), Canoas (petróleo), Gravataí (veículos), Triunfo (química) e Novo Hamburgo (calçados), por exemplo. "A baixa participação do PIB pelotense deve se repetir enquanto não houver atração de empresas de transformação que gerem produtos com valor agregado e mercado assegurado, seja para o consumo interno ou para exportação", analisa o integrante do Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul.

Já Rio Grande, mais uma vez, se destaca pela presença do Porto e na indústria de químicos e de alimentos. Entre os demais municípios, a força econômica segue vinculada à agropecuária. Os grãos - arroz e soja -, entretanto, perderam valor no mercado interno e nas exportações nas últimas safras. E no caso da carne, que poderia ser um diferencial na produção para o mercado externo, os municípios não têm tradição na exportação - ressalta o especialista

E lembra que os indicadores do PIB, anunciados na sexta-feira, significam a baixa produção dos agentes econômicos, receosos de investir, já que na outra ponta existem consumidores com freio de mão puxado, também em dúvida se devem elevar o consumo em um clima de desemprego e salários baixos, com pouca perspectiva de melhora imediata.

No PIB per capita, Zona Sul aparece entre as piores colocações

O resultado da divisão do montante do PIB pela população coloca no topo das estatísticas municípios com número pequeno de habitantes. Triunfo, em função das atividades do polo petroquímico, ocupa a 1ª posição, com R$ 311.212,00; bem acima do PIB per capita do Estado, em 2017: R$ 37.371,00. Na parte debaixo da tabela, aparecem duas cidades da Zona Sul: Morro Redondo (em 492º lugar, com R$ 13.591,00) e São José do Norte, na última posição, com PIB per capita de R$ 12.417,00.

"A produção destes dados é fundamental para o Estado e para o planejamento de políticas públicas", afirma a chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, Vanessa Sulzbach. "Também é importante por demonstrar a dinâmica e a performance dos municípios a partir de informações sobre todos os segmentos produtivos", acrescenta.

Confira algumas curiosidades

- Conheça os dez maiores PIBs do Estado, em 2017

1º lugar: Porto Alegre - R$ 73.862.306 - 17,5%
2º lugar: Caxias do Sul - R$ 21.717.020 - 5,1%
3º lugar: Canoas - R$ 18.947.513 - 4,5%
4º lugar: Gravataí - R$ 12.406.079 - 2,9%
5º lugar: Rio Grande - R$ 9.215.701 - 2,2%
6º lugar: Triunfo - R$ 8.803.874 - 2,1%
7º lugar: Novo Hamburgo - R$ 8.736.151 - 2,1%
8º lugar: Passo Fundo - R$ 8.584.861 - 2,0%
9º lugar: Pelotas - R$ 8.573.355 - 2,0%
10º lugar: Santa Cruz do Sul - R$ 8.238.767 - 1,9%

- O desempenho por segmento, com olhar sobre a região

1) Agropecuário - A pesquisa ressalta a desconcentração da atividade pelo Estado, uma vez que as dez primeiras cidades somam apenas 12,5% do total do Valor Adicionado Bruto (VAB) agropecuário. Destaque a Santa Vitória, em 9º lugar devido a arroz e bovinos, e Canguçu, em 10ª colocação, devido à produção de fumo e de soja.

2) Indústria - Canoas ocupa o 1º lugar no ranking do Estado, seguido por Caxias do Sul e Porto Alegre. Das cidades da Zona Sul, figura apenas Rio Grande, com a produção de químicos e alimentos.

3) Serviços - Os resultados mostram novamente o município de Porto Alegre em 1º lugar (23,1% do total), seguido por Caxias do Sul (4,9%) e Canoas (3,9%). Pelotas ocupa a 4ª posição e Rio Grande em 8ª colocação.

- Rio Grande do Sul perde espaço no ranking nacional

O relatório apresentado na sexta-feira também mostra que o Estado perdeu, em 2017, uma cidade no grupo das cem maiores economias em comparação com o ano anterior. Em 2016, Rio Grande estava no 95º posto, mas caiu para o 107º lugar no levantamento mais recente.

Agora restaram apenas quatro municípios entre os cem maiores PIBs do Brasil, em 2017
* Porto Alegre: 7º lugar
* Caixas: 40º lugar
* Canoas: 47º lugar
* Gravataí: 79º lugar

- As principais atividades econômicas, em 2017, em solo gaúcho

- Agropecuária: 97 municípios (19,5%)

- Indústria: 29 municípios (5,8%)

- Serviços: 371 municípios (74,7%):

* Administração pública: 113 municípios
* Demais serviços: 258 municípios

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